Manifesto defende “mais respeito, atenção e investimento” na escola pública e critica anos de “cortes” e medidas que a “burocratizam de forma doentia”
Desde as 14 horas desta terça-feira doze dos mais lidos blogues sobre Educação divulgam nas respetivas páginas um manifesto de apoio à Escola Pública. “Enquanto membros da comunidade educativa e autores de diversos blogues de educação, temos opiniões livres e diversificadas. Porém a Escola Pública sendo um pilar social, merece o nosso esforço para nos unirmos no essencial. Este manifesto é uma tomada de posição pela valorização e defesa da Escola Pública”, lê-se no logo no início do texto. Os autores dos blogues O Meu Quintal, Ar Lindo, Com Regras, Correntes ouAtenta Inquietude estão entre os apoiantes.
A promoção do manifesto surge numa altura em que muito se tem discutido a necessidade e a defesa, ou não, de apoios do Estado ao ensino privado. Isto na sequência do anúncio dos cortes nos contratos de associação, com o Governo a eliminar o financiamento de turmas no ensino particular e cooperativo em todos os casos onde exista lugar numa escola pública próxima. No fim de semana houve manifestações a favor e contra.
Apesar de no manifesto não serem feitas referências a estes contratos nem ao ensino privado, é neste contexto que os promotores defendem a necessidade de “centrar o debate público nos seus fundamentos”, nomeadamente em relação à necessidade de assegurar um ensino público de qualidade para todos, desde o pré-escolar ao ensino superior. Sendo que nos últimos anos, dizem os subscritores, o “desinvestimento” e a “deriva de políticas educativas, em matérias como a gestão de recursos humanos ou a organização e funcinamento das escolas têm ameaçado seriamente a qualidade de resposta da Escola pública”.
“Nos últimos anos a Escola Pública, instrumento para que os deveres constitucionais do Estado sejam cumpridos no domínio da Educação, tem sido sujeita a múltiplas dificuldades, com cortes, com lançamento em cascata de medidas que a burocratizam de forma doentia e tentam degradar ou desvalorizar com base em rankings, diversos e dispersos, onde se compara o incomparável, muitas vezes baseados em frágeis indicadores administrativos e funcionais, e não pedagógicos ou educacionais”, critica-se no texto.
Os autores da iniciativa pedem “mais respeito, mais atenção, mais investimento e mais capacidade” para a escola pública, acompanhados de autonomia reforçada e de uma “valorização social e profissional” de professores e funcionários.
Fonte: Expresso