Campanha contra a desigualdade no uso do tempo

A iniciativa parte dos resultados do ‘Inquérito aos Usos do Tempo de Homens e de Mulheres em Portugal’

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A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) lança na próxima semana uma campanha nacional sobre ‘Conciliação e Usos do Tempo’.

O objetivo é sensibilizar o público, em geral, para a necessidade de homens e mulheres exercerem o direito a conciliar a vida profissional com a vida familiar e privada, refere o comunicado de imprensa.

A iniciativa, que será apresentada a 26 de outubro, pelas 17h00, no Auditório do CITEFORMA, em Lisboa, parte dos resultados do ‘Inquérito aos Usos do Tempo de Homens e de Mulheres em Portugal’, que mostram uma profunda desigualdade de género na partilha das tarefas domésticas e familiares.

Segundo a pesquisa conduzida desde outubro de 2014 por uma equipa do CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social em parceria com a CITE, os trabalhos relacionados com a casa e de prestação de cuidados a crianças, jovens ou adultos, em situação de dependência e incapacidade, consomem em média 4h23m, por dia, às mulheres, enquanto nos homens corresponde a uma média de 2h38m diárias.

O mesmo estudo mostra que esta tendência se replica nas gerações mais jovens, onde também há uma distribuição desigual, penalizadora para as raparigas.

Pelo facto de homens e mulheres usarem o tempo e partilha de responsabilidades d eforma muito desigual, recaindo estas maioritariamente sobre as mulheres reflecte, segundo as conclusões do estudo citadas no comunicado, uma perceção social de que “o tempo do cuidar é fundamentalmente um tempo das mulheres”, enquanto o homem é visto como o provedor da família”.

Uma visão que não acompanha a atualidade e a presença das mulheres no mercado de trabalho, mas acaba por ainda ter “impactos negativos na igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no mundo laboral em geral (recrutamento, gestão da carreira, remuneração e reforma)”.

A campanha pretende, por isso, esclarecer e incentivar uma mudança de paradigma, e, apesar de se dirigir à sociedade portuguesa no geral destina-se com particular ênfase a determinados agentes, sobretudo da área do trabalho. Empresas e organizações e respetivos responsáveis, confederações patronais, associações sindicais, responsáveis no sector da Administração Pública, trabalhadores e trabalhadoras e seus representantes, media e professores são o público-alvo preferencial da iniciativa, que tem como fim ajudar a promover uma partilha mais justa das responsabilidades e da ocupação do tempo entre os dois géneros.

Fonte: Delas