Discurso de ódio na pele

Fonte: ComunicaQueMuda – Blog de comunicação de interesse público da Nova/sb que aposta na “comunicação como ferramenta essencial para construir mudanças positivas no mundo e contribuir para uma sociedade melhor’”. O blog apresenta temas, campanhas e ações de comunicação de interesse público, “que geram impacto, alimentam o debate ao redor do mundo e provocam mudanças no comportamento das pessoas”.


O discurso de ódio na internet deixa marca visíveis e duradouras nas vítimas. A campanha #kuzniarsnout (focinho do Kuźniar) mostra o efeito das injúrias e xingamentos estampados na pele de um dos mais controversos (e odiado nas redes sociais) jornalistas poloneses, Jarosław Kuźniar. As cenas mostram alguns dos mais de 4.500 comentários ofensivos, ameaças e xingamentos desferidos contra o jornalista na internet. A criação é  da agência DDB&Tribal de Varsóvia para a ONG Poland Association Stop Hating (HejtStop), que luta contra a homofobia, xenofobia, racismo e anti-semitismo.

Kuźniar, que admite responder à altura e ser provocador na internet, apresenta o jornal matutino da emissora TVN. A campanha começou a ser veiculada no dia 27 de novembro na internet, rádio e mobiliário urbano.  E causou bastante polêmica. Muito por conta da postura combativa do próprio Kuźniar. Em uma das cenas do vídeo da campanha, o jornalista aparece com focinho de porco, as cores da Alemanha, símbolo nazista e comunista, além de penteado judeu. Antes da campanha ir ao ar, ele postou justamente esta cena em sua conta no twitter numa das datas mais “quentes” do calendário político polonês,  quando grupos de extrema direita, neonazistas e ultraconservadores vão às ruas por “Deus, honra e pátria” durante as comemorações do dia da independência (em 11/11/1918, depois de 123 anos, a Polônia voltou a ser um estado independente). Foi o suficiente para uma nova onda de xingamentos e  fez com que a repercussão da campanha se dividissem entre apoio e acusações de hipocrisia.

Pelo site da ONG, os poloneses podem relatar situações de ódio que testemunharam ou sofreram. A galeria já tem 1.487 imagens. Algumas delas são pichações anti-semitas e contra imigrantes. Além de mapear do discurso de ódio, a entidade procura apagá-los nas redes sociais ou nos muros.

Fonte: ComunicaQueMuda: http://www.comunicaquemuda.com.br/discurso-de-odio-na-pele/