O tema deste ano do concurso nacional de redação, que seleciona os participantes, é “Esporte, educação e inclusão”.
Termina no dia 19 de agosto o prazo para que as escolas públicas enviem as redações do Projeto Jovem Senador para as secretarias estaduais de Educação. O projeto, que anualmente seleciona o autor da melhor redação em cada estado e no Distrito Federal, oferece aos estudantes a oportunidade de atuar como senadores durante uma semana. Criado em 2011, o projeto é uma parceria entre a Secretaria-Geral da Mesa, Secretaria de Comunicação Social e Consultoria Legislativa do Senado. A Secretaria de Relações Públicas é a organizadora do projeto.
O tema deste ano do concurso nacional de redação, que seleciona os participantes, é “Esporte, educação e inclusão”. Cabe às secretarias estaduais de Educação a escolha dos três melhores textos de cada unidade da federação, que devem ser enviados ao Senado até o dia 23 de setembro. Na última etapa, no Senado, uma comissão julgadora avalia as redações e escolhe as 27 finalistas. Também são classificadas as três primeiras colocadas do país.
O anúncio dos vencedores será feito até o dia 14 de outubro. Em 28 de novembro, os 27 finalistas chegarão a Brasília com passagens, hospedagem e alimentação garantidas para exercerem o mandato de senador por uma semana, participando de reuniões nas comissões e sessões do Plenário. Eles receberão notebook, medalha e certificado de participação. Durante a experiência, os estudantes serão acompanhados pelos professores orientadores das redações.
Os professores participarão de curso presencial sobre a atividade legislativa, organizado e ministrado pelo Instituto Legislativo Brasileiro (ILB). Com esse treinamento, pretende-se que os professores sejam os multiplicadores do Projeto Jovem Senador em seus estados.
Em suas oito edições, o Projeto Jovem Senador recebeu mais de 200 mil redações, envolveu cerca de 600 mil alunos e contou com participação efetiva de 16 mil professores em todo o país. No ano passado, o Senado recebeu mais de 84 mil redações. Podem participar do programa estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais ou do Distrito Federal de ensino médio, em uma das seguintes modalidades: regular, ensino técnico na modalidade integrada ou educação de jovens e adultos.
Mais informações sobre o programa estão disponíveis em www.senado.leg.br/jovemsenador.
Aprendizado
No ano passado, a estudante Maria Clara Prado Bezerra conquistou o terceiro lugar no concurso de redação e atuou como jovem senadora. Natural de Aracaju, ela tem 17 anos e cursa o 3º ano do ensino médio no Colégio Estadual Atheneu Sergipense. Segundo a estudante, a participação no programa representou a realização de um sonho.
— A semana em Brasília foi muito especial. A equipe do Jovem Senador nos mostrou o que é preciso para acreditarmos no nosso país e no nosso poder de mudança — disse ela.
Maria Clara destacou sua participação na proposta que trata da obrigatoriedade da comprovação da procedência legal da madeira nativa usada em obras públicas. Na justificativa da proposta, os alunos que a elaboraram afirmam que “preservar as florestas é um dever que precisa do apoio de toda a comunidade”. A proposta, que já foi transformada em projeto de lei (PLS 234/2016), está sendo examinada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH).
— Foi uma felicidade muito grande para mim e meus amigos. Uma verdadeira sensação de dever cumprido — disse.
Outra conquista, disse a estudante, foi ter sido chamada pela Secretaria de Educação de Sergipe para carregar a tocha olímpica durante a passagem da chama pela capital, Aracaju, em 28 de maio deste ano.
— Foi uma honra representar os estudantes do estado, da minha escola e, principalmente, do Jovem Senador, que foi o projeto que me proporcionou viver isso. Um momento único para o país de que eu pude participar — ressaltou.
Aos 16 anos, a maranhense Cindyneia Ramos Cantanhede, estudante do Centro de Ensino Liceu Maranhense, participou do Jovem Senador no ano passado. Apesar da pouca idade, ela participa de projetos sociais voltados para adolescentes. Também realiza palestras e conferências para estudantes do ensino médio, gratuitamente, em escolas públicas do Estado.
Cindyneia Ramos relata que a atuação como jovem senadora foi uma experiência transformadora, já que aprendeu sobre liderança e trabalho em equipe, além de ter compreendido o exercício político de maneira mais ampla.
— Durante a semana, aprendemos sobre todas as fases do processo legislativo, como a elaboração de leis, debates e votação. E tivemos a oportunidade de colocar esse conhecimento em prática pelas sugestões legislativas que elaboramos — disse.
A estudante foi responsável pela Sugestão Legislativa (SUG 2/2016) que trata do reconhecimento de experiências extraescolares no processo seletivo para ingresso no ensino superior. Atualmente, a proposta tramita na CDH.
— Sempre fui fascinada por política e educação. Por isso, a oportunidade de desenvolver um projeto em ambas as áreas, estabelecer relações interpessoais com jovens talentosos de todo o Brasil e elaborar uma sugestão legislativa, que poderá ser transformada em lei, fez com que a minha participação no programa se tornasse uma meta e um sonho pelo qual batalhei durante dois anos — afirmou Cindyneia.
Projetos
No Senado, os estudantes tomam posse no Plenário, selecionam os integrantes da Mesa dos jovens senadores e compõem as comissões. Supervisionados por profissionais das Consultorias Legislativa e de Orçamento, apresentam e debatem projetos que, caso sejam aprovadas pelo grupo, serão encaminhados à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa como sugestão legislativa (SUG). Se acolhidas, passarão a tramitar como projeto de lei no Senado.
Desde sua primeira edição, em 2011, os jovens senadores apresentaram 42 proposições. Desse total, 37 viraram projeto de lei, duas tramitam como proposta de emenda à Constituição (PEC) e três sugestões ainda serão analisadas pela CDH.
Entre as sugestões transformadas em projeto de lei, estão o PLS 401/2015, que propõe a instituição da Semana dos Direitos Humanos nas escolas do país, e o PLS 646/2015, que destina uma bolsa, no valor de R$ 250, para os alunos matriculados no ensino médio da rede pública.
Fonte: Agência Senado