Intolerâncias nas redes: Um problema crescente

Uma banana atirada em um campo de futebol na Espanha, um rapaz sendo agredido com uma lâmpada fluorescente em plena Avenida Paulista, em São Paulo, jovens expulsos de uma loja da Apple em Melbourne, na Austrália, uma menina sendo apedrejada no Rio de Janeiro, um candidato a presidente dos Estados Unidos propondo separar seu país do vizinho com um muro, outro, já construído, separando manifestantes pró e contra à então presidente da República, em Brasília.

Dentro e fora do Brasil, todos os dias nos deparamos com histórias que exibem a escalada da intolerância entre nós. Os casos acima tomaram grandes proporções, ora por seus protagonistas ilustres – tanto do lado agressor quanto do agredido –, ora por causar a amarga sensação, conhecida por todos nós, de estarmos próximos ao limite da convivência pacífica. Ainda assim, para cada caso repercutido pela grande mídia, há inúmeros outros que, nas redes sociais, ofendem e agridem sem expectador nem testemunha.
FORAM ANALISADAS NADA MENOS DO QUE 393.284 MENÇÕES E O RESULTADO É ACACHAPANTE.

Durante três meses – de abril a junho de 2016 – o Comunica Que Muda (CQM), uma iniciativa da agência
nova/sb, monitorou dez tipos de intolerância nas redes sociais, em relação à aparência das pessoas, às suas classes sociais, às inúmeras deficiências, à homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia.

Toda vez que alguma palavra ou expressão referente a um desses assuntos aparecia em um post do Facebook, do Twitter, do Instagram, de algum blog ou comentário em sites da internet, este post era recolhido e analisado pela equipe do CQM, com ajuda de um software de monitoramento, o Torabit.

Foram analisadas nada menos do que 393.284 menções, e o resultado é acachapante. Nos dez temas pesquisados, o percentual de abordagens negativas está acima de 84%. A negatividade nos temas que tratam de racismo e política é de 97,6% e 97,4%, respectivamente, quase empatados. Ou seja, os comentários positivos, ou neutros, sobre esses dez temas nas redes são diariamente encobertos por uma torrente de comentários negativos.

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Eles expressam enormes intransigências, ataques e zombarias em relação a esses assuntos ou a pessoas – sejam públicas ou não. É importante notar também que a intolerância de maior audiência é a política (quase 220 mil menções), mais de quatro vezes superior à misoginia, que aparece em segundo lugar, com quase 50 mil menções. O tema da política reflete, necessariamente, o contexto de crise política e econômica pelo qual passa o País.

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Outro dado relevante é a comparação da quantidade de menções sobre intolerâncias entre os Estados do País. Em números absolutos, a unidade da Federação que mais apresenta menções, cuja esmagadora maioria é de menções intolerantes, é o Rio de Janeiro, com mais de 58 mil menções – 0,352%, segundo lugar na proporcionalidade em relação à sua população, que é de 16,5 milhões –, conforme estimativa do IBGE em 2015. Proporcionalmente, o Distrito Federal é o mais intolerante, com mais de 11 mil menções (0,411%). São Paulo, que é o segundo em números absolutos, 50 mil menções, está em sétimo lugar em proporcionalidade (0,114%). Mais detalhes na tabela ao lado, cujo ranking se dá em número absoluto de menções.

Por acreditar na comunicação pública como agente transformador na vida das pessoas é que o Comunica Que Muda mergulhou por três meses nas principais redes sociais do País para produzir um retrato das intolerância que sofremos e cometemos em nosso cotidiano. Investigamos as causas, formas e consequências desse fenômeno crescente que transita livremente nas timelines, casas, salas de aula e escritórios de todos. Por fim, discutimos formas de lidar com o problema e propomos saídas que, invariavelmente, passam pela comunicação e o diálogo como forma de minimizar as tensões e aumentar a empatia entre os diferentes.

Intolerância no Brasil um problema de todos

O Brasil sempre é citado como uma nação tolerante às diferenças, em relação às variações de raça, gênero, orientação sexual, idade, classe social, aparência, nacionalidade, religião, ideologia política e de ciência física e intelectual. O Brasil, portanto, seria essa sociedade, em que os cidadãos têm direitos iguais, baixo preconceito e pouca discriminação, onde as pessoas conviveriam bem entre si, independentemente de suas características físicas e de seus posicionamentos ideológicos. Que sonho, não? É, mas sabemos que na prática não é bem assim.

No entanto, como podemos medir o quão intolerante o brasileiro realmente é? Uma das formas é a de comparar dados daqui com os do restante do mundo. Pesquisa realizada pelo antropólogo Luiz Mo encontrou um número assustador: 44% dos casos de assassinatos de homossexuais do mundo ocorreram em território brasileiro. O País lidera as estatísticas de mortes da comunidade LGBT.

Já falando sobre racismo, frases como “tão bonita que nem parece negra”, “não fala assim comigo, que não sou suas negas” ou “cabelo ruim” (sobre os cabelos crespos) são comuns nas redes sociais brasileiras, mostrando como a ideia da democracia racial não passa de um mito. Além disso, estatísticas ajudam a comprovar esse racismo velado do País. Enquanto o número bruto de assassinatos de brancos caiu de 19.846 em 2002 para 14.928 em 2012, no mesmo período, o número de negros assassinados subiu de 29.656 para 41.127, quase três vezes mais a quantidade de assassinatos de brancos. Pior: a população negra e parda, segundo o IBGE, dados de 2015, soma 53% dos brasileiros, enquanto a de brancos soma 45,5%. Ou seja: matam-se muito mais negros do que brancos, mesmo.
44% DOS CASOS DE ASSASSINATOS DE HOMOSSEXUAIS DO MUNDO OCORRERAM EM TERRITÓRIO BRASILEIRO.

E esse é só o princípio da discussão sobre a intolerância no Brasil. Somente em 2015, tivemos um aumento de 633% dos casos de xenofobia, sendo que somente 1% destes resultaram em processo judicial. No Congresso Nacional, um deputado deu seu voto sobre o impeachment homenageando um torturador em rede nacional. Até junho de 2016, tivemos mais de 50 casos de linchamentos registrados. Pastores estimulam fiéis em favor da intolerância contra o público LGBT. Quer mais? Negros continuam recebendo salários menores do que os dos brancos. E em um ranking com 83 países, o Brasil aparece em quinto lugar no número de homicídios de mulheres. Também percebemos, já faz tempo, que expressões intolerantes se tornaram mais comuns com a ascensão das redes sociais. E é delas que vamos falar agora.

Quando a intolerância chega às redes

A grande popularização das redes sociais nos últimos anos projetou mais evidência ao problema da intolerância. De acordo com dados da ONG Safernet, apenas entre os anos de 2010 e 2013, aumentou em mais de 200% o número de denúncias contra páginas que divulgaram conteúdos racistas, misóginos, homofóbicos, xenofóbicos, neonazistas, de intolerância religiosa, entre outras formas de discriminação contra minorias em geral.

Números como esses provocam a sensação de que a internet é quem criou uma grande onda de intolerância. Porém, o que de fato ocorreu é que as redes sociais amplificaram os discursos de ódio já existentes no nosso dia a dia. Pensando bem, como é possível separar a manifestação de preconceitos ocorridos no ambiente virtual das práticas sociais do “mundo real”? No fundo, nas ruas ou nas redes, as pessoas são as mesmas. O ambiente em rede, no entanto, dada a possibilidade de um pretenso anonimato e a confortável reclusão atrás da tela do computador, facilita que cada um solte seus demônios.

Quando uma pessoa posta ou compartilha algum discurso de ódio na internet, ela está reforçando e reafirmando um preconceito que ela já tem, já existente. É uma reprodução no mundo virtual de algo que faz parte da realidade daquela pessoa, daquela sociedade. Chegamos à conclusão de que a intolerância nas redes é resultado direto das desigualdades e preconceitos sociais em geral, e não uma “invenção da internet”.

Fica claro que o mundo virtual se transformou em mais um meio disponível e muito acessível para que os intolerantes se manifestem, às vezes até mesmo incentivando a expressão desses preconceitos. Isso porque,se a internet não criou a intolerância, ela a reproduz, aumenta seu alcance e ajuda a naturalizar e a conservar discursos de ódio.

… AS REDES SOCIAIS AMPLIFICARAM OS DISCURSOS DE ÓDIOS JÁ EXISTENTES NO NOSSO DIA A DIA.

Quando as redes incentivam a intolerância

Mesmo que a intolerância difundida no mundo virtual não tenha nascido na internet, não se pode negar o papel dos meios de comunicação de massa e das redes na divulgação e até mesmo no incentivo aos discursos de ódio.

“LIBERDADE DE EXPRESSÃO NÃO É LICENÇA PARA SER ESTÚPIDO”.

Que a internet tem o potencial de ser um meio para a livre circulação de informações transformadoras, que deveria ajudar na construção de uma sociedade mais igualitária e tolerante, não é novidade. O problema é que, muitas vezes, vemos, em posts e compartilhamentos, exatamente o contrário disso. É isso que alimenta nossa vontade de usá-la cada vez mais como antídoto e elemento pedagógico em relação a comportamentos discutíveis, moralmente condenáveis ou até criminais.

O acesso a um canal de comunicação amplo, disponível para todos, aliado a uma ideia distorcida do que é liberdade de expressão e de seus limites, faz com que muitas pessoas se sintam incentivadas a manifestar preconceitos que fora do mundo virtual não encontrariam eco. Como resume bem uma frase em uma camiseta produzida pelo Newseum, de Washington, “liberdade de expressão não é licença para ser estúpido”.

Foi assim que surgiu, por exemplo, o cyberbullying, uma forma de intolerância que diz respeito especificamente ao mundo virtual. Sob a proteção do anonimato, grupos de pessoas podem ofender, perseguir ou criar rumores, boatos e imagens forjadas sobre uma vítima, normalmente reproduzindo preconceitos contra minorias, como racismo, misoginia, homofobia, entre outros.

Xingando muito no Twitter

Por que as pessoas são mais intolerantes no mundo digital?

O ódio e a raiva estão por aí desde que o mundo é mundo. Em uma sociedade em que temos que seguir normas e regras o tempo todo, esses sentimentos são a válvula da panela de pressão. Sabendo disso, precisamos enxergar as diferenças entre sentir raiva e disseminá-la mundo afora. É nesse momento que o ódio se transforma: em vez de ser controlável e passageiro, torna-se uma grave questão social, quase um problema de saúde pública.

A receita para entender em que momento a internet entra no meio de tudo isso é simples: basta pegar um sujeito cheio de preconceitos e dar a ele a “liberdade” de navegar por uma rede considerada livre, sem limites nem ninguém para julgá-lo: pronto, você acabou de criar um hater ou um troll do mundo digital.
O hater, um cidadão que é a negatividade em pessoa, usa o espaço da internet para espalhar palavras de ódio e intolerância. Já o troll prefere a provocação: a zoeira é fonte de prazer e divertimento pessoal. Parece até brincadeira de criança, mas é só navegar por timelines “famosas” para enxergá-los ali, sempre presentes. Afinal, the zoeira never ends.
…PRECISAMOS ENXERGAR AS DIFERENÇAS ENTRE SENTIR RAIVA
 E DISSEMINÁ-LA MUNDO AFORA.
A tendência é a de que os agressores na internet tenham
 um comportamento mais extremo do que teriam fora dela. 
O anonimato é o que dá segurança a quem ataca, já que a
 pessoa pode esconder a própria imagem com recursos que
 a web disponibiliza: criando um perfil, usando nomes ou
 avatares falsos. Tanto para oshaters quanto para os trolls, os
 ataques ocorrem por quaisquer razões, começando pelo fato 
de o alvo ter uma opinião diferente da deles, buscam oprimir 
e discriminar pessoas por sua aparência, comportamentos ou
 posicionamentos ideológicos. Frases como “Nordestino não 
sabe votar”, “Bancada evanjegue”, “Petralha é tudo vagabundo”,
“Qual o seu problema? Você tem down?”, “Aborrecente é um
 bicho terrível”, “Olha só essa gorda escrota” e “Meu, esse cara é
 mó viadinho” apareceram no monitoramento do CQM e deixam
 claro o que é a intolerância visível.

Intolerâncias visíveis e invisíveis

Não sou intolerante, mas…

Tolerar o próximo significa conseguir manter uma relação positiva mesmo com pessoas completamente diferentes de você. Aceitar um elemento diferente da sua cultura, moral, ideologias ou padrões estéticos é essencial para o convívio pacífico em sociedade. Dentre as diversas formas de intolerância, destacamos aquelas visíveis, atos facilmente percebidos como preconceituosos ou discriminatórios, e aquelas invisíveis, atos de discriminação velada, implícita em algum comentário ou comportamento, que muitas vezes passa despercebido por aqueles que não sentem na pele esse tipo de preconceito.

Qual a diferença prática entre o preconceito visível e o invisível? Como podemos localizá-lo? Como podemos saber se estamos sendo preconceituosos se muitas vezes nem percebemos que estamos discriminando alguém? Muita calma: a desconstrução de preconceitos velados não é fácil nem rápida, mas é preciso que tenhamos capacidade de perceber que comentários e atitudes podem causar grandes estragos sobre outras pessoas, que têm sentimentos e se ofendem, assim como você.

As intolerâncias visíveis são fáceis de serem identificadas, elas têm alvo explícito e direto. A intolerância feita de maneira direta, para alguém em específico ou para uma figura pública, corresponde a 72% dos casos (mesmo número no gráfico anterior), revelando que esse tipo de intolerância, na maioria dos casos, possui um alvo.

Mas e a intolerância invisível? Ela se esconde em casos cotidianos, e, muitas vezes, nem nos damos conta de nosso comportamento ou comentário preconceituoso. Uma professora manda um bilhete para a mãe de uma de suas alunas negras dizendo que a garota caria mais bonita se “abaixasse” o cabelo. O jovem diz para uma pessoa mais velha que ela “já não tem mais idade para certas coisas”. O homem que atravessa a rua ao ver mendigos na sua frente. Quem diz que Bolsa Família é esmola. Os pais que não querem que seu filho brinque com uma criança adotada por homossexuais. E por aí vai.

TOLERAR O PRÓXIMO SIGNIFICA CONSEGUIR MANTER UMA RELAÇÃO POSITIVA MESMO COM PESSOAS COMPLETAMENTE DIFERENTES DE VOCÊ.

Sem ofensas diretas, sem frases odiosas e sem grande alarde, comentários e atitudes como esses são reproduzidos incessantemente no nosso dia a dia, passando muitas vezes despercebidos, e contribuindo para a contínua perpetuação de barreiras e distâncias sociais.

A intolerância, visível ou invisível, está presente em nosso cotidiano: em nossas relações de trabalho e consumo, nos estereótipos que a mídia nos empurra goela abaixo, estruturada em um Estado que pune os mais pobres, implícita em discursos de líderes religiosos, explícita em projetos de lei que querem abolir a discussão de gênero na educação (e a lista, infelizmente, só cresce).

Desconstruir intolerâncias e preconceitos não é nada fácil, mas tornar explícita a intolerância daquilo que é cotidiano, daquilo ao qual não damos o devido valor, é o primeiro passo em busca de uma sociedade mais igualitária e menos segregadora.

Intolerância por aparência

Quando o preconceito é precoce

Lidamos com a intolerância de aparência desde a infância e a adolescência, fases em que o bullying corre solto. Já conhecido mundialmente, o termo é usado para caracterizar atos de violência – psicológica, física, verbal, material, moral sexual e virtual – que acontecem entre crianças e adolescentes, principalmente nos ambientes escolares.

O bullying pode ser cometido (“cometido”, sim, porque é crime) por uma pessoa ou por várias. É intencional, repetitivo e não possui motivação clara. Às vezes é até difícil identificar
o responsável pela agressão. O cyberbullying, versão on-line da agressão, acaba funcionando como uma extensão do que a criança vive no dia a dia – mas que, por rolar na internet, se espalha muito mais rápido.

Em 2013, a adolescente Julia Gabriele, com 12 anos na época, foi vítima de cyberbullying. Páginas de humor utilizaram a foto da garota para fazer piadas com sua aparência, que passaram também para o perfil pessoal da menina (foi duro ler a sinceridade da tristeza da garota:

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O PESO DO OUTRO NÃO TE DIZ RESPEITO

Outro tipo de bullying é a gordofobia, agressão que atinge todas as idades e está, mais uma vez, diretamente ligada aos padrões de beleza que a sociedade escolhe para nós. O gordofóbico despreza pessoas gordas e obesas, sente-se desconfortável perto delas, além de se sentir no direito de usar o peso do outro como motivo de piadas.

O site brasileiro de empregos Catho constatou, com base em uma pesquisa feita em 2013, que 6,2% dos empregadores confessaram não contratar pessoas obesas para os cargos oferecidos. Em uma sociedade em que o bonito é ser magro, há uma falsa ideia de que quem faz piada com o peso alheio está apenas “preocupado” com a saúde do outro. Enquanto isso, pessoas que podem muito bem sofrer de algum transtorno alimentar, como anorexia e bulimia, são quase que obrigadas a viver com vergonha de seus corpos.

Em abril deste ano, o internauta Marcos Casteletti resolveu fazer um experimento em seu próprio Facebook: ele trocou a última foto do seu perfil por uma antiga, em que aparecia com 70 quilos a mais. Entre os “resultados”, oito pessoas desfizeram amizade com ele e uma o bloqueou, além dos “elogios” recebidos de outros colegas que sabiam que ele tinha feito uma cirurgia de redução do estômago. Marcos explicou tudo no seu perfil.

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DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE INTOLERÂNCIA COM A APARÊNCIA

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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72% dos comentários sobre intolerância com aparência são explicitamente ofensivos, atingindo pessoas acima do peso ou com características físicas fora dos padrões.

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A intolerância com aparência não costuma surgir de forma velada como em outros tipos de intolerância. Como podemos notar, os casos relativos à aparência são 79% reais, ou seja, explícitos.

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A maioria das menções é negativa, mostrando que somente 3,6% do público questiona-se sobre comportamentos intolerantes sobre o tema aparência

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A intolerância com a aparência nas redes, no primeiro período, se apresenta na maioria das vezes em forma de piada, como uma intolerância invisível. Na imagem, podemos notar alguns pontos com maior concentração de conexões. O maior deles (ponto 1) ilustra a disseminação de um comentário intolerante, mas comumente aceito.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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No segundo período, temos mais focos de conexões, que representam mais comentários intolerantes, visíveis e invisíveis, e até alguns tolerantes. Como mostram as duas menções acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Intolerância relacionada à classe social

Intolerância com as classes sociais não é coisa de pobre, é coisa de intolerante

 

A desigualdade está aí desde que o homem vive em sociedade. Seja intelectual, financeira ou física, todos somos diferentes: nossas prioridades, pensamentos, ideologias, etc. O problema é quando a desigualdade se traduz em reações de ódio.

O personagem vivido por Miguel Falabella, nos anos 2000, em Sai de Baixo, dizia “tenho nojo de pobre”. Expressões como “coisa de pobre”, “tenho nojo de pobre”, “coisa de riquinho”, e outras tantas, servem para colocar mais lenha na fogueira da intolerância. Enquanto desigualdades são inerentes ao ser humano, o ódio com quem tem menos ou mais, por infinitos motivos, não é nada natural.

Em 2014, a professora Rosa Maria Meyer, docente do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, foi afastada por publicação intolerante no Facebook, por depreciar um homem por suas roupas, o que acarretou reações igualmente intolerantes. Fica claro no post que, para ela, aeroporto seria lugar de gente “bem” vestida (classe alta) e rodoviária lugar de gente “mal” vestida (classe baixa).

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DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE INTOLERÂNCIA COM CLASSES SOCIAIS

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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A intolerância de classe apresentada nas redes sociais mostrou ser majoritariamente visível, na qual o grupo é discriminado explicitamente por comentários intolerantes, por exemplo, o termo “vagabundo” para quem não tem um emprego.

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Esse tipo de intolerância ocorre bem mais em sua forma abstrata do que real, mostrando que a intolerância de classe, até certo ponto, independe de ocorrências reais, o que é demonstrado em frases como “esse povo que usa a bolsa esmola”.

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A esmagadora maioria das menções intolerantes captadas em nosso monitoramento é negativa, buscando depreciar um grupo de pessoas de acordo com sua classe social.

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No primeiro período, notamos os pontos bem afastados e com poucas conexões, que representam comentários avulsos e com baixíssima taxa de compartilhamento. Refletem também o comportamento velado na hora de compartilhar esse tipo de intolerância.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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No segundo período, temos um cenário totalmente diferente do primeiro, com muito mais movimento. Isso ocorreu como resultado de um momento de intolerância política e que, consequentemente, também inflamou comentários com teor intolerante com as diferentes classes sociais, ilustrados nas menções acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Intolerância contra pessoas com deficiência

Na busca por acessibilidade e respeito

A intolerância contra deficientes acontece, geralmente, de maneira velada. Os comentários depreciativos contra pessoas com deficiência podem até passar despercebidos para nós, mas fazem parte de uma dura realidade para quem tem alguma deficiência. Eles têm limitações diárias de locomoção, acessibilidade, empregabilidade e acesso aos estudos, além de ter de lidar com ofensas e piadas com a própria condição. Os crimes de ódio contra deficientes envolvem intimidação, abuso, comentários de mau gosto, imitações e ataques ataques morais. E a internet facilita abordagens de ódio.

Por trás da intolerância está também a questão dos lugares especiais reservados para pessoas com deficiência, como assentos, vagas preferenciais, atendimento exclusivo em bancos, empresas, instituições. É comum ter seu espaço ocupado e acaba discutindo ou brigando apenas pelo mínimo: ter seus direitos respeitados. A ausência de uma educação inclusiva, que ensine noções de cidadania, respeito e convivência, é o principal motivo para esse tipo de intolerância. Como fruto, pessoas com deficiência acabam tendo seus direitos negados, podem sofrer de baixa autoestima e passam a vida sentindo-se impotentes, como mostra o caso da Thaís Mussio.

POR TRÁS DA INTOLERÂNCIA ESTÁ TAMBÉM A QUESTÃO DOS LUGARES ESPECIAIS RESERVADOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA…
Ela usou o espaço das redes sociais para denunciar sua indignação ao ser proibida de viajar para a Austrália por conta de sua condição de cadeirante. Na publicação em seu perfil do Facebook, ela diz querer conscientizar as pessoas de que “uma cadeira de rodas não é sinônimo de doença”. O post teve, até junho deste ano, mais de 3.800 curtidas, e cerca de 1.460 compartilhamentos.
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DADOS  COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE INTOLERÂNCIA COM DEFICIÊNCIA

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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O gráfico mostra que a maioria das menções possuem uma intenção real de ofender, independentemente se a pessoa atacada possui algum traço de deficiência. O objetivo dos xingamentos é desmoralizar a vítima, por traços físicos e/ou psicológicos.

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 As menções possuem vítimas, seja pela desmoralização de figuras públicas na internet ou por comentários mal-intencionados para terceiros e “colegas”, com expressões “retardado” e “retardado mental”.
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Não há uma forte problematização sobre o tema nas redes sociais; somente 4,2% das menções questionam sobre a negatividade de comportamento intolerante.
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A intolerância relacionada à deficiência é majoritariamente invisível – assim como a de aparência. No primeiro período, não tivemos grande disseminação dos comentários intolerantes, surgindo apenas menções avulsas e sem grande impacto.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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Notamos grande diferença do primeiro para o segundo período. Agora temos comentários menos difusos e com grande concentração de menções (ponto 1), que foi gerada pelo comentário intolerante relacionado a uma figura pública, como demonstra a menção acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Homofobia

Para levar a vida em preto e branco?

Um homossexual é assassinado a cada 28 horas no Brasil. O País é líder no ranking de nações com mais registros de casos de homofobia no mundo todo. Segundo a ONG Safernet, responsável por ajudar no atendimento a vítimas de crimes virtuais, 15.141 denúncias de conteúdo homofóbico foram feitas em 2013. Nessa toada, os números só tendem a aumentar.

UM HOMOSSEXUAL É ASSASSINADO A CADA 28 HORAS NO BRASIL.

Em novembro do ano passado, o jovem Ramon Habitsenther, de 21 anos, teve o muro da própria casa pichado com a palavra “bichona”. Em resposta, Ramon fez um post em seu Facebook, no qual aparecia ao lado da pichação. Ele garantiu: “Sou bichona de marca maior!” a fim de mostrar que sua sexualidade não dava a ninguém o direito de ofendê-lo.

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Fonte: http://igay.ig.com.br/2015-11-10/vitima-de-homofobia-universitario-reage-na-internet-bichona-de-marca-maior.html

O ódio e a aversão a homossexuais e à homossexualidade têm nome próprio: homofobia, que envolve ofensas contra gays, lésbicas, transexuais e bissexuais. Os motivos para as práticas homofóbicas vão desde causas culturais e religiosas até inseguranças sobre a própria orientação sexual do agressor. Ao contrário do que acontece com pessoas com deficiência, os insultos aos LGBTs são facilmente identificados, já que esse preconceito ainda parece fazer parte de muitas culturas ao redor do mundo.

DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE HOMOFOBIA
(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT
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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
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Quatro quintos das menções intolerantes sobre o tema LGBT são visíveis, isto é, com real intenção de ofender. Apesar de as menções não serem direcionadas necessariamente para um membro assumido da comunidade, há a tentativa de desmoralização da vítima, atribuindo traços de homoafetividade, que culturalmente é tratado como algo negativo ou de baixa moral.
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Mesmo que a vítima agredida não pertença à comunidade LGBT, necessariamente, a maioria das menções é destinada a pessoas reais, como figuras públicas (Jean Wyllys), discussões no Twitter ou “colegas” zoados nas redes sociais.
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O gráfico mostra que a problematização sobre a intolerância LGBT é baixa (5,1%), mas sutilmente maior que outras formas de intolerância. A discussão e o apoio vêm da própria comunidade LGBT e de pessoas simpatizantes, que questionam os padrões normativos e as expressões mal-intencionadas.
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A intolerância com a comunidade LGBT no meio digital não ficou devendo nada para o que já acontece na realidade – no pior sentido. No período, registramos muitos comentários dispersos, mas também dois grandes focos (ponto 1 e ponto 2) de disseminação intolerante, um visível e outro invisível, como ilustram os tweets acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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No segundo período, podemos notar o quanto usuários influentes podem ter papéis decisivos quando compartilham algo nas redes. No gráfico, estão dois grandes focos, ambos gerados por relevantes influenciadores (ponto 1 e 2), que deram dimensão muito maior para o tema no período, como mostram as menções acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Misoginia

Lugar de mulher é onde ela quiser

Online ou offline, mulheres sofrem com o machismo diariamente.

Assédio, ódio declarado, incitações a estupro, nudez vazada, pornografia de vingança e discursos travestidos de “piada” são só um aperitivo do que representa a misoginia – nome dado ao ódio e à aversão às mulheres – tanto nas redes quanto fora delas.

A misoginia, assim como acontece com outras intolerâncias, ganha proporções muito maiores no meio digital, pois existe uma linha muito tênue entre o que é liberdade de expressão e o que se torna discurso de ódio. Ao mesmo tempo que a internet dá mais espaço para que as pessoas digam o que querem, ela também escancara a desigualdade de gênero existente em todas as esferas da sociedade.

A MISOGINIA, ASSIM COMO ACONTECE COM OUTRAS INTOLERÂNCIAS, GANHA PROPORÇÕES MUITO MAIORES NO MEIO DIGITAL

O bom de tudo isso é que, enquanto alguns procuram difundir e ridicularizar mulheres web afora, elas estão usando o espaço para dialogar, debater e promover grupos de discussão, ajudando umas às outras. Hoje é muito mais fácil encontrar páginas feministas (“feminista”, sim, isso não é palavrão) e iniciativas de auxílio a mulheres nas mais variadas redes sociais. Afinal, a luta contra o machismo vai bem além da tela do computador.

Em maio de 2016, o presidente interino do Brasil, Michel Temer,anunciou um ministério composto apenas por homens. Nada de novo sob o sol, não faltaram comentários machistas na internet:

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Fonte: http://azmina.com.br/2016/05/os-10-comentarios-mais-machistas-da-internetsobre-os-ministerios-de-temer/

 

  DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE MISOGINIA

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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Mais de 80% dos casos de intolerância contra mulheres são visíveis, mostrando como vem sendo corriqueiro menosprezar a figura feminina explicitamente nas redes sociais.

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O gráfico mostra que a maioria dos comentários se refere a mulheres na forma abstrata, mas uma boa parte também se refere a pessoas reais.

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Registramos mais de 10% de menções positivas quando o assunto é misoginia, mostrando uma alta taxa de pessoas que visam criticar comentários que depreciam as mulheres.

A soma das menções positivas totaliza mais de 10%, um grande número se compararmos com outras intolerâncias. Há uma grande discussão sobre esse tema e uma forte reflexão sobre o comportamento machista presente em nossas relações cotidianas.

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A misoginia é uma das intolerâncias que mais são disfarçadas em formatos invisíveis, normalmente como piada. O grafo demonstra como o cenário intolerante perde força quando não há disseminação de menções, tornando- se aleatório e pouco relevante, dando destaque para comentários tolerantes, como está demonstrado acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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Já no segundo período registramos uma grande concentração de comentários (ponto 1), todos gerados por um post falando sobre tolerância e a desconstrução de padrões machistas e generalistas, como você pode notar nos comentários acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Intolerância na política

Quando um posicionamento político vira ódio

Coxinha ou mortadela? Reaça ou comuna? Esse Fla-Flu nunca esteve tão acirrado, e a intolerância política cada vez mais em evidência no Brasil. Esse foi um ódio fomentado principalmente a partir das campanhas para a última eleição, em 2014, impulsionado pelo resultado apertado do pleito e constantemente alimentado pelas crises política e econômica.

No meio dessa confusão toda, proliferaram memes e notícias falsas nas redes sociais, com discursos extremamente rasos que incentivam o ódio e a divisão. Grande parte dessas (des)informações é criada com o objetivo de desmoralizar o outro lado, aproveitando-se do fato de que grande parte das pessoas não checa as informações publicadas na internet (esse, por si só, um defeito de 10 entre 10 usuários da internet), acirrando ainda mais a disputa, sem chegar nem perto de qualificar o debate.

O efeito disso é a negação completa do lado oposto, que deixa de ser visto pelo que é, um grupo que tem uma posição política diferente da sua, para ser encarado como inimigo, um erro clássico de quem ainda não aprendeu a brincar de democracia. Como resultado, chegou-se ao ponto de construir um muro para separar manifestantes durante a votação da aceitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016.

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DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE SOBRE INTOLERÂNCIA POLÍTICA

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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Quase todas as intolerâncias políticas são visíveis, mostrando que as pessoas não se constrangem em ofender ou discriminar os outros por posicionamentos políticos.

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Analisamos que as pessoas demonstram ser intolerantes tanto quando o assunto é relativo a posições políticas abstratas quanto a pessoas físicas que se posicionam politicamente.

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As menções encontradas são predominantemente negativas. O 0,8% de menções positivas demonstra que pouquíssimas pessoas se propõem a criticar ou desconstruir esses posicionamentos políticos intolerantes nas redes sociais.

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Com o cenário de crise política tomando todos os noticiários do período, podemos notar a abismal diferença do grafo de intolerância política com o das outras intolerâncias. No período, grandes influenciadores aqueceram a discussão digital, o que gerou centenas de focos de compartilhamento e disseminação de intolerância das mais diversas vertentes, como pode ser visto nos comentários abaixo:

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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O segundo período demonstra como o cenário tenso na política se estendeu pelos meses de maio e junho, dando continuação à escalada de comentários intolerantes, movimentando o cenário digital.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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Intolerância relacionada à idade/geração

O tempo passa para todo mundo, inclusive pros intolerantes

Todo mundo nasce pequenininho, cresce e envelhece. O ciclo natural da vida é imutável e iminente. Mesmo assim, tem gente que acha que não vai envelhecer nunca e ainda faz questão de deixar a vida de quem já envelheceu, e por isso tem limitações naturais, ainda mais difícil.

Para não alimentar a intolerância que pode engolir todos nós daqui a alguns anos, é melhor repensar em como tratamos nossos velhinhos e velhinhas ainda hoje. Não ter paciência com o tempo que eles precisam pra andar, falar ou entender algo é a conduta padrão. Com isso, deixamos a pressa do dia a dia engolir as pessoas que têm mais a nos ensinar. Vale a pena pensar aonde queremos chegar com toda essa pressa e mudar nossa relação com os idosos. Ninguém é velho demais para nada, inclusive para deixar de ser intolerante.

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DADOS  COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE INTOLERÂNCIA COM A IDADE/GERAÇÃO.

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.IDADE_2

As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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A maioria das menções intolerantes relativas à idade é visível. Grande parte delas visa caracterizar alguém de forma negativa e, ao mesmo tempo, relacionar essa característica com sua idade avançada.

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Quase três quartos das menções encontradas se referiam a casos e pessoas reais, que utilizam o termo “velho” como complemento a uma característica negativa como “nojento”, “babão” e “safado”.

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Mais de 90% das menções são negativas, categorizando a idade, principalmente a velhice, como algo negativo, tendo pouco questionamento sobre a presença desta intolerância.

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A intolerância geracional é difundida nas redes de maneira avulsa e pouco concentrada. A maioria das menções aparece em formato invisível e demonstra conexões frágeis e sem grande influenciadores ou relevância, como ilustram os exemplos acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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O segundo período não destoou do primeiro. O comportamento segue o mesmo com a intolerância geracional: pouca relevância e baixo engajamento, apresentando apenas uma concentração de menções (ponto 1).

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Racismo

Não existe racismo no brasil?

A velha história de que o Brasil é uma democracia racial não passa de um mito, daqueles muitas vezes vendidos como verdade, principalmente para a construção de uma imagem positiva do País lá fora. Apesar de sua composição multiétnica e multicultural, a sociedade brasileira não está, nem de longe, livre do racismo.

FOI A POPULARIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS (MAIS UMA VEZ) QUE AJUDOU A TRAZER ESSA DISCRIMINAÇÃO AINDA MAIS À TONA.
O racismo se explicita de maneira estridente por meio da exclusão social, que faz com que a maioria absoluta dos presos e mortos pela polícia seja negra. Por outro lado, muitas vezes ele aparece velado, disfarçado sob a ideia de que vivemos em um regime de igualdade racial.

Foi a popularização das redes sociais (mais uma vez) que ajudou a trazer essa discriminação ainda mais à tona. Casos notórios, como as ofensas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, a atriz Taís Araújo e a cantora Ludmilla, entre outros, ajudaram a tornar o racismo à brasileira um pouco mais explícito. Foi a popularização das redes sociais (mais uma vez) que ajudou a trazer essa discriminação ainda mais à tona. Casos notórios, como as ofensas contra a jornalista Maria Julia Coutinho, a atriz Taís Araújo e a cantora Ludmilla, entre outros, ajudaram a tornar o racismo à brasileira um pouco mais explícito.

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DADOS  COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE SOBRE RACISMO.

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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A intolerância religiosa é bem dividida em relação a invisível e visível, pois muitos dos comentários (53,8%) não possuem a intenção de ofender, mas acabam reforçando estigmas preconceituosos, como a frase “chuta, que é macumba”.

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Para as intolerâncias raciais, os comentários são bem divididos entre casos reais ou abstratos, indicando sua presença tanto em relações interpessoais quanto no ideário da população.

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Análise: no caso racial, 97,6% das menções são negativas e apenas 2,1% são positivas. Tal dado mostra como é difícil detectar e criticar positivamente intolerâncias que normalmente são exprimidas de forma velada e implícita.

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Não é novidade no Brasil que comentários racistas são em sua maioria velados e até muitas vezes inconscientes, presentes no vocabulário popular e enraizados na cultura. O cenário digital não é diferente. Majoritariamente foram registrados comentários com intolerâncias invisíveis, como demonstrados nos casos acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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Já no segundo período, registramos alguns comentários que tentavam desconstruir comentários intolerantes (ponto 2). No mais, foram comentários avulsos e sem grande relevância.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Intolerância religiosa

Pelo direito de acreditar (ou não acreditar)

As pessoas acreditavam em muita coisa. Os egípcios ergueram grandes estátuas de deuses-cachorro, os vikings louvavam divindades com martelos gigantes, os gregos negociavam seus destinos com os deuses, e, bem, o que dizer do bom velhinho que entrega presentes no Natal? O fato é que não interessa se eles existem mesmo ou não. Seres humanos acreditam em coisas diferentes, e é isso que os torna tão especiais e interessantes. É nosso dever aprender a conviver e respeitar com pensamentos e crenças diferentes. Afinal, você também quer ter o direito de acreditar – ou não – no que bem entender, né?

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No Brasil, quem acaba sofrendo mais com a intolerância religiosa são, principalmente, as religiões de matrizes africanas. Isso pode ser explicado pelo fato de que a maioria esmagadora da sociedade costuma seguir dogmas ocidentais – que fazem questão de demonizar diferentes culturas, especialmente as
africanas. Mesmo fazendo parte da história do País, as religiões africanas carregam toneladas de preconceitos, reforçados por expressões que se tornaram naturais, do tipo “chuta, que é macumba”. É importante tomar cuidado com o que se fala. Às vezes, reafirmamos preconceitos sem perceber. Então, da
próxima vez que o azar bater à sua porta, não é legal jogar a culpa no gato preto que cruzou seu caminho.

 

DADOS  COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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A intolerância religiosa é bem dividida em relação a invisível e visível, pois muitos dos comentários (53,8%) não possuem a intenção de ofender, mas acabam reforçando estigmas preconceituosos, como a frase “chuta, que é macumba”.
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A maior parte das menções é abstrata, isto é, não possui uma vítima em específico. A ofensa é destinada a um grupo de pessoas, não atingindo, na maioria das vezes, um indivíduo em particular.
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A maior parte das menções é intolerante, mesmo que invisível e abstrata. É expressiva a quantidade de menções neutras, 7,4%, mostrando que muitas pessoas comentam sobre o assunto, mesmo não mostrando posicionamento.
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No segundo período, confirmamos nosso primeiro mapa, afirmando o cenário avulso e aleatório dos comentários intolerantes com religiões e destacando a maior incidência de comentários contra a religião evangélica.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Muito além das fronteiras

Xenofobia

A crescente onda migratória dos últimos anos fez com que a xenofobia voltasse com força em todo o mundo, particularmente na Europa. Impulsionado pelo número cada vez maior de refugiados, que em grande parte fogem de conflitos armados e da miséria que assola países da África, Ásia, América e do Oriente Médio, o discurso de ódio contra estrangeiros tem ganhado muitos adeptos.

Apesar de não estar exatamente no centro de toda essa questão, o Brasil não foge à regra, com um enorme crescimento no número de casos de xenofobia nos últimos anos. Dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça e Cidadania, mostraram um aumento de 633% nas denúncias de xenofobia no País apenas em 2015. As maiores vítimas foram haitianos, com 26,8%, e árabes, com 15,4%.

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Como gritam os números, a chegada em massa de imigrantes haitianos foi o ponto de partida dessa explosão por aqui, mas eles não são as únicas vítimas. Pessoas de outros países também já relataram agressões, especialmente latino-americanos, africanos e árabes. Além disso, temos no Brasil uma espécie de xenofobia interna, com o discurso de ódio regional sempre presente, principalmente contra nordestinos

 

TEMOS NO BRASIL UMA ESPÉCIE DE XENOFOBIA INTERNA, COM O DISCURSO DE ÓDIO REGIONAL SEMPRE PRESENTE, PRINCIPALMENTE CONTRA NORDESTINOS.

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As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam a real incidência de intolerância no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

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A maioria das menções captadas mostra uma intolerância visível, em que a pessoa é discriminada abertamente de acordo com seu local de origem. Comentários que relacionam árabes a bombas e a frase “japonês é tudo igual” são constantes.

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A xenofobia expressa nas redes demonstra ser um pouco mais real do que abstrata, demonstrando casos de intolerância regional, étnica e xenófoba.

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Apesar de os comentários serem majoritariamente negativos, encontramos mais de 12% de comentários positivos, indicando que muitas pessoas problematizam esse tipo de intolerância nas redes.

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O cenário xenófobo digital no Brasil não tem tanta relevância como no exterior, e é mais incidente em regiões específicas, como o Nordeste. Por isso o grafo da intolerância é totalmente disperso e sem grandes concentrações.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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O segundo período reforça a ideia de que os comentários xenófobos são raros e avulsos. As pequenas concentrações são, na maioria das vezes, desconstruindo comentários preconceituosos.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

Intolerância na sua timeline:

 

Vai deixar barato?

Já passou o tempo em que a internet era terra de ninguém. Mesmo com a escalada da intolerância nas redes, hoje existem alguns serviços importantes para denunciar os intolerantes digitais. Não pode ter moleza para a intolerância na web, e isso está nas nossas mãos. Seja no Facebook, no Twitter ou nos comentários de algum portal de notícias, se algo soar ofensivo, você pode e deve denunciar.

Delegacias especializadas em crimes virtuais:

DIG-DEIC – 4ª Delegacia – Delitos praticados por Meios Eletrônicos. Presta atendimento presencial, por telefone e via Web. Endereço: Av. Zack Narchi, 152, Carandiru – São Paulo (SP) Fone: (11) 2224-0721 ou 2221 – 7030.

Rio de Janeiro:

Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) – Rua Professor Clementino Fraga, nº 77 (2º andar), Cidade Nova (prédio da 6ª DP), Rio de Janeiro/RJ (CEP: 20230-250), telefones (0xx21) 2332-8192, 2332-8188 e 23328191 e e-mails drci@pcivil.rj.gov.br.

Espírito Santo:

Delegacia de Repressão a Crimes Eletrônicos (DRCE) – Av. Nossa Senhora da Penha, 2290, Bairro Santa Luiza, Vitória/ES (CEP: 29045-403), telefone (0xx27) 3137-2607 e e-mail drce@pc.es.gov.br.

Minas Gerais:

DEICC – Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos – Av. Nossa Senhora de Fátima, 2855 – Bairro Carlos Prates – CEP: 30.710-020, Telefone (33) 3212-3002, e-maildercifelab.di@pc.mg.gov.br.

Paraná:

Nuciber da Polícia Civil do Paraná – Rua José Loureiro, 376, 1º andar – sala 1  – Centro – 80010-000 – Curitiba-PR, Tel:(41) 3323-9448 – Fax: (41) 3323-9448, e-mail cibercrimes@pc.pr.gov.br.

Rio Grande do Sul:

Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI/DEIC) – Av. Cristiano Fischer, 1440, Bairro Jardim do Salso em Porto Alegre, na mesma sede do DEIC. O telefone de contato é (0xx51) 3288-9815, e-maildrci@pc.rs.gov.br.

Distrito Federal:

Divisão de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia (DICAT) – Não atende diretamente ao público, neste caso a vítima pode procurar a delegacia mais próxima para efetuar registro de ocorrência, A DICAT é uma Divisão especializada em crimes tecnológicos que tem como atribuição assessorar as demais unidades da Polícia Civil do Distrito Federal, o telefone é (0xx61) 3462-9533 e e-mail dicat@pcdf.df.gov.br.

Goiás:

Gerência de Inteligência da Polícia Civil – Setor de Análise (0xx62) 3201-6352 e 6357).

Pará:

Delegacia de Repressão aos Crimes Tecnológicos – Travessa Vileta, n° 1.100,  Pedreira. Belém-PA. CEP: 66.085-710, com telefone de contato (91) 4006-8103, e-mail drct@policiacivil.pa.gov.br. A DRCT é vinculada à Diretoria de Repressão ao Crime Organizado.

Mato Grosso – Cuiabá:

Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia – GECAT –  Av. Cel. Escolástico Nº, Bandeirantes – Cuiabá – Cep: 78.010-200 – Telefone: (65) 363-5656

Sergipe – Aracaju

Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) – Rua Laranjeiras, nº 960, Bairro Centro  – Aracaju – Cep: 4900-000 telefone: (79) 3198-1124

Para denúncias via e-mail:
webpol@policia-civ.sp.gov.brPolícia de São Paulo especializada em crimes na internet. Aceita denúncias anônimas.

cibercrimes@pc.pr.gov.br – Delegacia do Paraná especializada em crimes na internet.

drce@pc.es.gov.br – Delegacia do Espírito Santo especializada em crimes na internet.

drci@pcivil.rj.gov.br – Delegacia do Rio de Janeiro especializada em crimes na internet.

drct@policiacivil.pa.gov.br – Delegacia do Pará especializada em crimes na internet.

dercifelab.di@pc.mg.gov.br – Delegacia de Minas Gerais especializada em crimes na internet.

mail-abuse@cert.br – Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT) – Para enviar denúncias de mensagens ofensivas (deve-se enviar uma cópia do e-mail original, e você deve informar a instituição que está sendo utilizada no golpe).

phishing@cais.rnp.br – Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – Para encaminhamento de denúncias (deve-se enviar uma cópia do e-mail original, e você deve avisar a empresa de que o seu nome está sendo usado na execução de um golpe virtual).

artefatos@cais.rnp.br – Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) – Para enviar denúncias de aplicativos suspeitos (cavalos de troia e outros programas maléficos usados nos golpes on- line).

crime.internet@dpf.gov.br – Denúncias de crimes na internet podem ser feitas ao novo canal da Divisão de Comunicação Social da Polícia Federal.

Para denúncias via sites:

www.humanizaredes.gov.br – Denuncie mensagens preconceituosas, racistas, xenofóbicas e que violem os Direitos Humanos.

www.safernet.org.br/site – Organização não governamental que reúne especialistas para combater crimes digitais. Denuncie crimes como pornografia infantil, racismo, xenofobia, intolerância religiosa, neonazismo, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia, apologia e incitação a práticas cruéis contra animais e tráfico de pessoas.

www.ic3.gov/default.aspx – Site para denunciar crimes digitais internacionais.

Para denúncias por telefone:
Você também pode contar com o serviço do Departamento de
Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, é só discar 100.

Campanhas sobre intolerância da

nova/sb

Empatia, tolerância, não são coisas fáceis. Se colocar no lugar do outro para descobrir como melhor retratar as pessoas é o que a nova/sb faz. Seja qual for o tema ou o cliente. Mesmo quando não abordamos diretamente a intolerância. Todas as peças seguem um rígido controle de qualidade com relação a estereótipos em textos e imagens. Mas a gente vai bem alem disso para mostrar pessoas como pessoas, com muita sensibilidade.

Homofobia
Foi assim que fizemos a primeira campanha contra a homofobia de um governo de Estado na America Latina, em 2011. Além do filme (com versão também em inglês para divulgação no exterior), foram feitas peças para internet, spot de rádio e mídia impresa, com cartazes e outdoors com modelos LGBTs. Toda a estratégia criativa foi discutida com organizações LGBTs.

Racismo
Para o Dia da Consciência Negra (20/11), o poema Encontrei Minhas Origens, do poeta e pesquisador Oliveira Silveira, que conta a história dos negros no país e a sua trajetória rumo ao encontro de uma vida brasileira e a uma identidade nacional.

Mais da metade dos homicídios no Brasil (53%) atinge pessoas jovens. A maioria deles (75%) são jovens negros, de baixa escolaridade, na faixa etária de 15 e 29 anos. O filme Juventude Viva, criado em 2013 para o governo federal, vai ao ponto.

Inclusão
Por que o abraço é mais gostoso de olhos fechados? Ou que fechamos os olhos na hora do beijo. Mostrar a sensibilidade de todos os sentidos além do que cada um de nós enxerga foi o desafio da campanha Além do Que Você Enxerga, que fizemos para os 50 anos da Dorina Norwill para Cegos.

Mulher
Em 2014, a gente fez um filme para a internet assinado pela nova/sb com um recado muito claro: vitima nunca é culpada.

A violência contra a mulher, aliás, foi tema de várias de nossas campanhas:
A campanha Metrô contra o abuso usou o conceito “Você não está sozinha” para mostrar que que a vítima tem todo o apoio do Metrô de São Paulo – seus funcionários, mais de 1.000 agentes treinados, as mais 3.000 câmeras – para cuidar desse tipo de caso. As peças reforçam os canais de denúncia, como SMS e aviso aos funcionários, e estimulam os outros passageiros que presenciarem esses casos de abuso a também denunciar.

A mulher não é objeto. Muito menos ponto turístico. Com dois anúncios, criados pela nova/sb, a revista Marie Claire convocou em 2007 os brasileiros para uma mobilização nacional contra o turismo sexual.

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A campanha Disque 180 divulgou o número para denunciar a violência contra a mulher.

A gente também mostrou que a mulher é a protagonista na luta pelos próprios direitos.  A campanha do Dia da Mulher 2016 mostra a mulher na estrada, no trabalho, nos esportes, na ciência. Com mais direitos, mais participação e mais poder as mulheres podem construir a vida assim, do jeito que quiserem!

Tô na luta conta a trajetória de coragem, desafios, superação e vitórias da lutadora Joice Silva que, na voz de Karol Conka, foi transformada em um verdadeiro grito de guerra. A rapper brasileira Karol Conka vem se destacando no cenário musical por falar do empoderamento das mulheres negras, com letras fortes e realistas.

Conviver, Aceitar

A ideia de debruçar-se sobre a intolerância como fenômeno crescente na sociedade brasileira e entender suas origens, causas e facetas surgiu após nos depararmos com casos que, dia após dia, reforçavam nossa crença de que a comunicação pode ser um agente transformador na vida das pessoas.

Manifestações de xenofobia, homofobia, racismo, misoginia, intolerância geracional, política, de aparência, classes sociais e de ciência são, antes de tudo, dificuldades de diálogo. Diálogo no sentido de troca de ideias que tenha por finalidade alguma forma de resolução, solução, encontro dos diferentes em favor de algo comum. A diversidade é fundamental e deve ser preservada, mas não há sentido em relacionar-se com outras pessoas se não houver interesse e finalidade comuns nessa troca.

A comunicação e o diálogo, que a cada dia recebem novos significados e nuances em tempos digitais, têm a ver com a empatia, com a aceitação, com a capacidade de imaginar-se no papel do outro. Afinal, não é isso o que mais queremos quando estamos diante do outro? Sermos compreendidos? É essencial entender que esse processo é uma mão dupla: aceitar para ser aceito, compreender para ser compreendido.

Nesse esforço diário, a tolerância é só o começo. Apenas suportar a presença e as escolhas dos outros parece muito pouco para uma sociedade que deseja evoluir. Aceitação e convivência são o objetivo final. Desejamos que esse esforço seja mais um passo nessa jornada.

Nesse sentido, apesar de termos usado e abusado do termo “intolerância”, cujo contrário é a “tolerância”, nós também queremos, com o devido respeito, ser intolerantes com a tolerância. Porque essa expressão remete à indulgência e à condescendência. Não é isso que se quer, nenhuma condescendência. Enfim, por que daqui pra frente não passamos a usar o termo “aceitação” no lugar de “tolerância”?

Comunica Que Muda by nova/sb

Apêndice – Metodologia de pesquisa

Ambiente de análise: foram analisadas as redes Facebook, Twitter e Instagram, além de páginas de blogs e comentários de sites da internet.

Métricas selecionadas: número de menções, mapa de calor da intolerância, nuvens dos termos mais citados em cada universo de busca.

Taxonomia e categorização: intolerância visível vs. invisível; intolerâncias reais vs. abstratas; menções intolerantes (negativas) vs. reações a intolerâncias (positivas).

Dados: primários e secundários.

Monitoramento realizado com o método de amostragem aleatória simples.

Período analisado: abril a junho de 2016.

O monitoramento foi feito via plataforma Torabit.

Créditos

Coordenação-geral: Bia Pereira, Caio Túlio Costa, Fernando
Cespedes e Stephanie Jorge

Supervisão: Ana Cristina Gonçalves e Karla Mendes

Direção de criação: Hermes Zambini e Marcelo Maia

Direção de arte: Fabricio Curi, Henrique Castro e Bruna Paniago

Redatores: Caio Túlio Costa, Fernando Cespedes, Ketlyn Araújo,
Lucas Quinelato, Marcelo Nascimento, Rodrigo Camargo,
Stephanie Jorge e Vitor Medalla

Planejamento: Bia Pereira, Caio Túlio Costa, Fernando
Cespedes, Rodrigo Camargo e Stephanie Jorge

Atendimento: Joana Araújo

Monitoramento: Lucas Quinelato, Rodrigo Camargo
e Vitor Medalla

Análise: Caio Túlio Costa, Lucas Quinelato, Rodrigo Camargo,
Stephanie Jorge e Vitor Medalla

Arte-final: Ricardo Reis

Produção digital: João Paulo Oliveira

Produção gráfica: Paulo Gonçalves e André Silva

Revisão de texto: Ricardo Milesi

Realização: nova/sb

Fonte: Comunica que muda