Mobilidade urbana nas redes sociais

Ciclovias, ciclofaixas, corredores de ônibus, VLT, trânsito, velocidade máxima, multas, Uber e taxistas. O debate sobre mobilidade urbana está cada vez mais quente e ganha corpo dia após dia, ao menos nas maiores e mais populosas cidades.

O ComunicaQueMuda (CQM), uma iniciativa de comunicação de interesse público da agência nova/sb, foi atrás do assunto mobilidade nas redes sociais para entender o que os usuários de internet pensam, noticiam e opinam sobre este assunto no universo digital.

A leitura do dossiê revela comportamentos tão previsíveis (o desejo por carros) quanto criticáveis do ponto de vista da sustentabilidade (a defesa do uso do transporte individual). Veja a seguir oito pontos relevantes entre as centenas de conclusões que podem ser tiradas da mineração de quase 400 mil menções surgidas nas redes em dois meses, de 5 de agosto a 5 de outubro de 2016:farolredes

  1. Quase 44% dos usuários que tocaram nos temas da mobilidade nesse período rechaçam o uso do transporte coletivo e incentivam o uso do transporte individual.
  2. De cada quatro comentários sobre carros ou motos, um é de alguém que deseja comprar um veículo.
  3. Na nuvem de termos sobre transporte individual, as palavras que mais aparecem são “carro” e “quero”.
  4. Entre os temas mais falados sobre a cultura do transporte individual, estão  “acidentes” (60%), “congestionamentos” (quase 14%) e “indústria da multa” (9%).
  5. 60% das pessoas consideram a multa algo positivo e somente 21%, algo negativo.
  6. O maior problema sobre o transporte público é a lotação dos ônibus, mencionada por 58% dos usuários.
  7. A bicicleta é a queridinha das redes com 83% de sentimento positivo.
  8. Em relação à acessibilidade, o sentimento de que algo precisa mudar é positivo em 93%, mas 43% dos usuários que tratam desse tema contam alguma história negativa sobre o acesso de deficientes ao sistema público de transporte.

De fato, estrutura inadequada, trânsito lento, transporte público de péssima qualidade e abrangência, ausência de formas alternativas de locomoção e falta de segurança, para pedestres e motoristas, estão entre os problemas enfrentados todos os dias por brasileiros, principalmente aqueles que vivem nas capitais e maiores centros urbanos.

Com todos esses problemas, é fato que ainda temos muito a avançar para atingirmos um nível aceitável na mobilidade urbana. Porém, para além das responsabilidades do poder público, quais serão as percepções dos brasileiros sobre o tema? Como o cidadão médio vê essa questão? Será que essa visão está de acordo com o que de fato é necessário para a melhoria da mobilidade em nossas cidades?

Pensando em responder a essas e outras perguntas, o CQM foi fundo para descobrir o que era dito sobre os principais pilares de mobilidade urbana nas redes sociais.

Sempre que alguma palavra ou expressão referente ao tema aparecia em um post do Facebook, do Twitter, do Instagram ou de algum blog ou um comentário em sites da internet, esse conteúdo era recolhido e analisado pela equipe do CQM, com ajuda do Torabit, um software de monitoramento digital.

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Na ponta do lápis, ao todo, foram analisadas 397.932 menções nas redes, sobre os temas relacionados a transporte público, problemas estruturais, cultura do transporte individual, bicicletas e ciclovias, pedestres, entre outros.

De maneira geral, os resultados mostraram que uma forte cultura do transporte individual ainda predomina por aqui, com o desejo de possuir um carro muito presente entre os brasileiros, o que vai contra a ideia de priorização do transporte coletivo e alternativo como forma de melhorar a mobilidade como um todo.

Outros modais de transporte não são vistos como válidos, como, por exemplo, o fato de a  maioria das pessoas ainda ver as bicicletas mais como uma fonte de lazer ou saúde do que propriamente de mobilidade, mostrando uma visão peculiar dos brasileiros em relação ao tema. Além disso, ficou evidente uma avaliação em geral negativa do transporte público, evidenciando a necessidade de mais investimentos para a área.

Acesse o dossiê aqui

Boa leitura!

Fonte: Comunica que muda