Não em meu nome

Este conteúdo é iniciativa da Nova/SB Comunicação. Saiba mais em cip.ig.com.br. O texto desta edição trata sobre a campanha #NotinMyName feita por muçulmanos do mundo inteiro repudiando os atentados

“Quem mata um inocente é como se matasse toda a humanidade” – Alcorão.

Pela segunda vez em 2015, Paris foi alvo de uma série de ataques terroristas realizados pelo Estado Islâmico (também conhecido como ISIS). Desta vez o terror deixou 129 mortos e mais de 350 feridos. O grupo extremista tem usado as redes sociais como ferramenta para divulgar sua intolerância religiosa e, principalmente, para recrutar fiéis e apoiadores. Os muçulmanos de várias partes do mundo usaram o mesmo recurso para dizer: “o Estado Islâmico não representa a minha religião”.

Criada em 2014, a hashtag #NotInMyName foi novamente usadas em mensagens de repúdio aos novos atentados e mostrar sua solidariedade às vítima da série de ataques, considerada a mais grave sofrida pela França desde a Segunda Guerra Mundial. As mensagens esclarecem para o mundo que o islamismo é uma religião que incentiva a paz e promove a tolerância, ao contrário do que pregam os extremistas. Citando o Alcorão, livro sagrado do islã, uma das mensagens compartilhadas no Twitter lembra: “Quem mata um inocente é como se matasse toda a humanidade”.

Com o apoio de milhares de internautas, a campanha também tem depoimentos em vídeo. “Sou muçulmana e contra qualquer crime ou ataque terrorista cometido por extremistas que se dizem muçulmanos” , diz uma moça. Ela critica duramente os líderes do ISIS. “Porque seu líder é um mentiroso. Porque o que vocês estão fazendo não é humano. Porque minha religião promove a tolerância para as mulheres, e vocês não têm nenhum respeito pelas mulheres“.

Em outro vídeo publicado no BuzzFeed, a Sociedade Beneficente Muçulmana também desmistificou a imagem extremista do islamismo. Veja abaixo.

O youtuber marroquino Wafi Abdouss, também resolveu se manifestar após os atentados e publicou um vídeo que já foi visualizado mais de 310mil vezes. Nele, Wafi diz: “o que ocorreu em Paris foram ações cometidas por criminosos, que não representam nem os muçulmanos nem os árabes. Os jihadistas e os fundamentalistas só representam eles mesmos”.

A campanha #NotInMyName foi criada pela organização britânica Active Change Foundation em 2014, mas ganhou força e milhares de adeptos em janeiro de 2015, após o primeiro atentado do ano em Paris, quando terroristas do estado islâmico atacaram o semanário francês Charlie Hebdo e um supermercado judeu, matando 17 pessoas. Desde então, outras hashtags foram criadas pela comunidade mulçumana internacional para mostrar que a intolerância faz parte de uma minoria islâmica: #TerrorismHasNoReligion (Terrorismo não tem religião)” e #ISISisnotIslam (“Estado Islâmico não é o Islã”) são algumas delas.

#IllRideWithYou

iwilridewithuEm 2014, logo após um atentado terrorista no café Lindt, em Sydney, uma estudante flagrou o momento em que uma mulçumana tirou o véu assim que entrou no trem da cidade, claramente receosa que a população local a reprimisse . Incomodada, a estudante pediu que ela vestisse novamente seu véu e se ofereceu para seguir o caminho com ela e garantir sua segurança. Foi daí que surgiu a ideia da campanha #IllRideWithYou, que encorajou os australianos a usarem a hashtag nas redes sociais para oferecer companhia à qualquer mulçumano que estivesse em uma estação próxima e que se sentisse receoso de andar sozinho no transporte público. No mesmo dia de sua criação – e do atentado – a campanha se tornou um sucesso e mostrou para o mundo que a intolerância não vai superar a solidariedade.
Veja mais sobre a campanha aqui.
ridewu