Spotify do jornalismo desembarca nos veículos de comunicação dos EUA

“A música tem o Spotify. O vídeo tem a Netflix. Mas o jornalismo não tinha sua própria plataforma”, disse o jovem fundador da plataforma, Alexander Klöpping

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A plataforma midiática holandesa Blendle, que permite que os usuários paguem uma pequena quantia para ler um artigo em papel de forma digital, desembarcou nesta quarta-feira nos veículos de comunicação dos Estados Unidos com o objetivo de revolucionar o consumo de notícias na internet.

“A música tem o Spotify. O vídeo tem a Netflix. Mas o jornalismo não tinha sua própria plataforma. Como um ex-jornalista tecnológico, pensei que era muito estranho que não existisse uma plataforma para o jornalismo”, disse hoje o jovem fundador da companhia, Alexander Klöpping, em comunicado.

Ao invés de pagar por uma assinatura mensal de uma publicação, a Blendle permite que os usuários paguem uma pequena quantia por um artigo sem publicidade dentro da grande variedade de grandes veículos de comunicação americanos que já apostaram nesta nova maneira de consumir jornalismo.

“The New York Times”, “The Washington Post”, “The Wall Street Journal”, “Time”, “The New York Magazine”, “Bloomberg BusinessWeek” e “The Economist” são apenas alguns dos veículos que já podem ser lidos através desta bem-sucedida empresa emergente, criada por dois jovens jornalistas holandeses há apenas dois anos.

“É um grande acréscimo para nossos próprios produtos de assinatura, já que oferece ao consumidor a alternativa de pagar por um artigo ao invés de uma assinatura completa”, declarou a diretora de Consumo do Dow Jones, Katie Vanneck-Smith, ao apresentar o acordo no ano passado.

“Enquanto a audiência global do ‘Post’ continua crescendo, esta plataforma oferece aos leitores uma nova maneira de relacionar-se com nosso jornalismo”, concordou o presidente do “The Washington Post”, Steve Hills.

O preço para comprar um artigo de um jornal oscilará entre US$ 0,19 e US$ 0,39 (entre R$ 0,70 e R$ 1,45 no câmbio de hoje), enquanto as matérias das revistas custarão entre US$ 0,09 e US$ 0,49 (entre R$ 0,33 e R$ 1,80).

Segundo o acordo, 30% desse dinheiro será embolsado pela Blendle, enquanto o 70% restante fica com os veículos de comunicação, que fixam os preços dos artigos.

Uma das novidades mais interessantes que esta plataforma fornece ao consumo da informação é a possibilidade que a Blendle reconheça os gostos e os hábitos de consumo dos leitores, como fazem Spotify e Netflix, e lhes recomende artigos que possam interessar-lhes.

“O jornalismo precisa de um site com os melhores jornais e revistas no país, que permita que as pessoas naveguem em todos e só pague pelas histórias que queiram ler, onde possa ver o que recomendam seus amigos. E onde seja realmente fácil obter as oito ou dez melhores histórias publicadas a cada dia”, disse Klöpping.

Os veículos de comunicação dos EUA estão há tempos estudando a forma de implementar preços convidativos para o consumo digital, embora até o momento não tenham uma estratégia comum para definir a melhor maneira de rentabilizar a informação na rede.

Fonte: UOL